Coração artificial brasileiro será testado
Aparelho é indicado para pacientes que não respondem mais ao tratamento clínico
Da Redação, com Agência Brasil noticias@band.com.br
O desenvolvimento do coração artificial teve início em 1998 e foi idealizado por Aron José Pazin de Andrade, coordenador do Centro de Engenharia em Assistência Circulatória do Instituto Dante Pazzanese, onde o dispositivo foi construído.
“O aparelho pode ajudar os dois ventrículos e a situação do paciente não piorar mais porque ele reestabelece a boa circulação sanguínea e descarrega o trabalho cardíaco. Então o paciente pode suportar o tempo que for necessário dessa forma, não tem limite de tempo”, diz Andrade.
A partir dos bons resultados obtidos com o uso do aparelho em animais, os pesquisadores do projeto pediram autorização para o Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para testá-lo em humanos. De acordo com Andrade, os testes deverão ser feitos em dez pacientes, durante um período de um a dois meses. Os pacientes escolhidos devem pesar entre 45 quilos e 90 quilos.
“O paciente tem de estar em fila de espera do transplante, com o coração debilitado, não respondendo mais às drogas que são ministradas para consertar a situação. Se não responde mais ao tratamento clínico, então ele é indicado para um transplante."
O coração artificial, que agrega alta tecnologia e está sendo construído de forma quase artesanal em um laboratório especializado no Dante Pazzanese, deverá custar de R$ 60 mil a R$ 100 mil. “Aqui no Brasil, o custo do investimento já foi pago com dinheiro público, arrecadação. O que nós vamos cobrar é a despesa de produção do aparelho, e o SUS [Sistema Único de Saúde] consegue, nesses valores bem menores, sustentar a aplicação do aparelho”, destaca Andrade. No exterior, um aparelho similar custa em torna de US$ 200 mil e sua aplicação depende do treinamento de uma equipe médica para colocar o aparelho.
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