sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


Feliz Ano Novo 2012

Mensagem


Mais um ano está chegando ao fim, e na beleza das noites iluminadas,
os sonhos de muitos corações se preparam para a viagem à procura de suas realizações, que ocorrerá durante todo o ano vindouro.

A mesma ocorreu no ano que por hora se finda.

Sonhos saíram, alguns já voltaram sorrindo e outros, de mãos vazias, aguardam a chegada do novo ano, para seguir numa nova busca.

A realização para os sonhos de alguns, quase sempre, se perde na metade do caminho, mas, se Deus quiser, ainda terão muitos outros anos para encontrá-la.


Sabemos disso porque enquanto o ser humano tiver Ele do lado, fôlego de vida, família e
amigos, estará no caminho certo e seus sonhos jamais deixarão de existir.
Desejo
do fundo do meu coração que, cada vez que seus sonhos seguirem viagem, eles sempre voltem para sua vida transbordando de realizações.

Que o natal seja um passaporte para que seus sonhos embarquem na “Viagem das Realizações” do Ano Novo, e que não voltem sem a conquista dos objetivos que
motivaram a mesma.

E quando a meia-noite trouxer o Novo Ano para o mundo e os fogos de artifício anunciarem a sua chegada, nossos sonhos sairão por aí...


Que Deus tome a frente e que nas noites sem luar, as estrelas brilhem mais forte, iluminando o longo caminho.

Que no próximo ano possamos ainda ser amigos e esperarmos juntos a chegada dos nossos sonhos que partiram, comemorando com imensas taças de amizade verdadeira a vinda e a realização de cada um.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Turistas viram 'caçadores' de aurora boreal em países no Ártico

Empresas em países como Finlândia e Noruega oferecem tours em busca de fenômeno de luzes

 


Enquanto que nos Estados Unidos os chamados "caçadores de tempestades" tentam perseguir tornados e furacões, na região do Polo Norte existem grupos que "caçam" auroras boreais, ou luzes do Norte.

Estes grupos percorrem regiões da Finlândia e da Noruega atrás das melhores chances de registros do fenômeno de luzes. Muitos contam com a ajuda de empresas de turismo especializadas em aurora boreal.


Este foi o caso de Andy Keen, que há cinco anos deixou o emprego na Grã-Bretanha, onde dirigia uma instituição de caridade, e se mudou para Ivalo, um vilarejo remoto no norte da Lapônia, Finlândia, a 68 graus de latitude, dois graus acima da linha do Círculo Ártico.

"Vi um documentário na televisão a respeito das luzes do Norte. Então fui até lá para ver. Agora, estou viciado", disse.

Keen fundou a Aurorahunters ("Caçadores de Aurora", em tradução livre), que leva sete turistas por semana para viagens em partes mais remotas da região, em busca de auroras boreais.

"A razão de eu ter escolhido este lugar é que a população é muito baixa, há pouca luz ou poluição sonora e é um território perfeito para a aurora", disse.

'Dama astuta'

O grande problema da "caça" à aurora é a dificuldade em prever onde ela vai aparecer.

Em seu site, a agência oficial de turismo da Noruega chega a comparar a aurora boreal a uma "dama astuta". "Você nunca sabe quando ela vai aparecer. Esta diva vai te deixar esperando", diz o site.

Por isso, empresas como a de Keen estudam informações meteorológicas para tentar encontrar o melhor lugar para ver as luzes.

"Estamos checando relatórios sobre as nuvens. Observamos o movimento, a densidade das nuvens. Estamos apontando para um lugar onde sentimos que, em um momento específico, vai haver um buraco nas nuvens", afirma Keen.

As excursões para os locais escolhidos são realizadas em micro-ônibus ou trenós puxados por cães, especialmente para chegar em áreas de difícil acesso.

Vento solar
"O processo que causa a aurora é parecido com a física das luzes de neon", afirma Joseph M. Kunches, cientista espacial no Centro Espacial de Previsão do Tempo dos Estados Unidos, parte da Associação Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês).

"Um elétron interage com átomos neutros e emite luzes de várias cores. O que acontece quando a aurora brilha é que as partículas vindas do Sol - a maioria delas são elétrons - são trazidas pelos ventos solares na direção da Terra e guiadas pelos polos magnéticos do planeta."

"Quando as partículas interagem com a atmosfera da Terra, elas estimulam moléculas que já estão aqui, e estas emitem luzes", acrescentou.

Kunches afirma que a cor das luzes depende dos gases na atmosfera terrestre (oxigênio, nitrogênio ou outros). "E, quando os ventos solares são mais fortes (...), as auroras serão mais brilhantes".

O cientista avisa que, nas temporadas de 2012 e 2013, a previsão é de muita atividade solar, portanto as auroras boreais serão mais frequentes.

Kunches afirma que o Polo Sul é afetado da mesma forma pela atividade solar. Mas, existe a diferença sazonal: no norte, a aurora é vista no inverno, quando tudo fica escuro.

No sul, as regiões são iluminadas 24 horas por dia, então não é possível ver as luzes.

No norte, a aurora boreal pode ser vista nos países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), Finlândia, Rússia, América do Norte e norte da Escócia.


Céus limpos
Assim como Joseph Kunches, Andy Keen espera boas oportunidades para ver a aurora boreal em 2012.

"Nos primeiros meses do ano, particularmente em janeiro, fevereiro e até o meio de março, temos céus limpos", disse.

Neste período a maior parte da neve já caiu e há menos nuvens no céu.

No entanto, no verão, quando as noites são curtas ou sequer ocorrem, é o período ruim para os caçadores destas luzes. Eles voltarão a ter mais atividade a partir do outono no hemisfério norte, que começa em outubro.

O fotógrafo finlandês Martti Rikkonen, um dos mais famosos fotógrafos de natureza do país, ganhou um prêmio nacional em 1995, com uma imagem da aurora boreal. Ele afirma que muitos finlandeses não dão tanta importância para as luzes.

"Para muitas pessoas, não é nada especial, pois temos elas com muita frequência. Você pode ver (as luzes) com tempo limpo talvez 200 noites por ano. Mas quando elas estão boas, todo mundo se interessa, pois há tanta cor e elas são fantásticas", disse.
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  por Fernando Sabino

        Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

        Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve,                concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher  suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua  presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente.
Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

         São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo.
           O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
“Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso." 
( Em  "A Companheira de viagem",Record, 1965)